sábado, 28 de janeiro de 2012

LESÕES DO QUADRIL

    Em razão à sua localização, seu desenho e à sua função, a articulação do quadril transmite cargas verdadeiramente altas, com propriedades elásticas e compressivas.

    Elas podem atingir até oito vezes o peso do corpo, o que foi demonstrado nesta articulação dur ante uma corrida, com cargas bem maiores durante uma competição atlética. Felizmente, sob condições normais, as estruturas anatômicas do quadril envolv idas neste exemplo são totalmente adaptadas para dissipar estas
forças.

    Além de fornecer estabilidade, esta junta permite um grau muito elevado de mobilidade. Desta maneira, atividades que envolvam o quadril, deverão estabelecer um equilíbrio fino, entre a mobilidade e a estabilidade. Qualquer desequilíbrio entre estas duas variáveis poderá deixar a articulação e os tecidos periarticulares, propensos a lesões, bem como ocorrer síndromes impactantes ou disfunções articulares.

    Visto que a articulação do quadril também  é uma fonte comum de sintomas referidos de outras regiões, seu exame não deverá ser realizado de forma isolada; pois, além disso, sempre estará envolvida uma avaliação complementar da coluna lombar, da pelve e do joelho.

    As lesões no quadril, pelve e região inguinal são muito frequentes no esporte, acredita-se que a incidência dessas lesões seja superior à relatada na literatura. O diagnóstico é difícil, pois os sinais e sintomas clínicos não são usuais, além disto, requerer um grande conhecimento da anatomia local e de suas patologias.

    As lesões esportivas mais comuns nessa região são as contusões, lesões musculotendinosas (principalmente de adutores e iliopsoas), lesões na articulação sacroilíaca, lesões osteocondrais e osteíte púbica (pubalgia). Outras lesões que podem ocorrer no atleta, porém menos comuns, são lesões do lábio acetabular (quadril) e fraturas por estresse ou por avulsão.

    As disfunções na articulaç ão sacroilíaca merecem destaque, por serem comuns aos ciclistas e atletas corredores e saltadores, é muitas vezes a causa das dores lombares que acometem esses atletas. Essas disfunções ocorrem em razão a alterações biomecânicas (má posturas), traumas repetitivos indiretos ou trauma direto (como cair em pé sobre uma perna só).

    Muitas vezes, a lesão da sacroilíaca pode estar relacionada com algumas destas patologias citadas acima, pois a pelve, o quadril e a coluna lombar são interligados e não podem ser vistas como estruturas separadas, e sim como partes de um todo.

    As dores decorrentes desta disfunção podem ser bem localizadas (bem acima dos glúteos, afastada da coluna cerca de 2 a 3 dedos) ou na região lombar. Irradiam-se tipicamente, para a região posterior da coxa (podendo ser confundida com a dor isquiática), para a região do quadril e da virilha. É comumente confundida também com hérnia ou protrusão discal, distensão muscular, tendinites e bursites.

    Segue algumas situações em que podemos exemplificar a dor  do atleta: durante a atividade,principalmente durante o impacto do pé no chão; dor e dificuldade de cruzar as pernas, ao colocar o tênis; ele pode relatar ter a sensação de ter uma perna mais curta que a outra; queixa de dor e\ou estalido ao entrar e sair do carro, ou quando senta e levanta da cadeira.

    O diagnóstico é difícil de ser fechado, muitas vezes, o atleta já passou por vários médicos, e obteve diagnósticos diferentes, sem de fato descobrir a origem de sua dor, que pode vir até ser incapacitante.

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