Você já ouviu falar da síndrome da
pedrada? Esta síndrome nada mais é do que o nome criativo dado ao
estiramento muscular das fibras do músculo Gastronêmio - geralmente
envolvendo a cabeça medial. Esta condição é também chamada de “Tennis
Leg”. Esta denominação pouco usada no Brasil, mas útil para quem quiser
procurar mais informações sobre o assunto em sites de língua inglesa..
E por que síndrome da pedrada ?
A
contração brusca e intensa do músculo tríceps sural pode de gerar uma
ruptura de suas fibras. Geralmente é causada durante a corrida (como ao
atravessar a rua). Esta lesão caracteriza-se por dor súbita localizada
na parte posterior da perna, de intensidade variável, seguida de
hematoma. Pode ocorrer também um estalido audível. Devido a estas
características, alguns pacientes relatam que a sensação no momento da
lesão é como se tivessem sido atingidos por uma pedra ou uma bala
perdida (por alguma razzão esta última associação é muito comum entre os
cariocas). No momento da lesão a perna pode falsear, fazendo a pessoa
cair no chão.
O
grau de ruptura muscular pode variar de leve, apresentando sintomas de
pequena intensidade, a moderado, fazendo o indivíduo mancar. Em casos
graves, a ruptura muscular pode mesmo incapacitar a pessoa de andar. Às
vezes, especialmente entre idosos e pessoas na meia-idade, os sintomas
podem ser confundidos com um episódio de Trombose Venosa Profunda (TVP).
Quais são os sintomas?
No momento da Lesão:
Ocorre
uma dor súbita e aguda, seguida por uma dor em queimação na panturrilha
afetada. A pessoa geralmente descreve um "estalo" na panturrilha e, por
vezes, acredita que ele ou ela tenha sido atingido por trás, como se
por uma pedra ou bala perdida (relato mais comum entre os cariocas). A
perna pode falsear, fazendo a pessoa cair no chão. Um outro sintoma
pouco mencionado é que em casos moderados/graves, a batata da perna fica
“murcha” (hipotônica), acredito que isso aconteça devido a uma inibição
muscular pela dor.
Após a lesão aguda
A
dor pode variar de leve a intensa, dependendo da gravidade do
estiramento muscular. O paciente pode apresentar incapacidade de colocar
o calcanhar no chão, geralmente caminhando na ponta dos dedos do pé
para reduzir a dor. A dor pode estender-se por todo o comprimento do
músculo lesionado e piorar durante a contração ativa ou alongamento
passivo. Equimoses e hematomas podem surgir no tornozelo. A recuperação
depende do grau da lesão, em geral variando entre alguns dias até cerca
de seis semanas.
Em geral esta lesão não deixa
sequelas. Porém nos casos mais graves, se não for tratada corretamente, a
remodelação cicatricial pode ocorrer de forma desorganizada, o que pode
tornar o músculo fraco e propenso a novas lesões.
… e agora o que todo mundo quer saber:
Fisioterapia
O
fisioterapeuta é o profissional mais capacitado para orientar e
supervisionar os exercícios e atividades mais adequadas para a
recuperação desta lesão. Portanto, se você está lendo esta postagem
porque se lesionou e decidiu consultar o Dr. Google antes de um médico
ou fisioterapeuta, recomendo que você pense bem no que está fazendo...
tem certeza que acertou o diagnóstico ? Pense bem, pois um tratamento
mal feito pode comprometer seriamente sua perna. Você já assistiu House
alguma vez?
Dada esta nova advertência, podemos prosseguir.
O tratamento imediato
- RICE (repouso, gelo, compressão e elevação) para as primeiras 48 horas. Elevação da perna evita o inchaço. Além disso, o repouso neste período também é importante.
- Uma meia elástica pode ser prescrita.
- Para casos mais graves, deve-se usar muletas, com carga zero no membro afetado.
- Após a consulta com o médico, a prescrição de medicamentos para o controle da dor e inflamação.
Fisioterapia
Inclui retorno as atividades de membro inferior conforme tolerância.
Com
a redução da dor, pode-se utilizar alguns alongamentos e atividades
concêntricas e excêntricas. Eu acho interessante desenvolver atividades
com descarga de peso parcial ou total (conforme tolerância) reproduzindo
as fases da marcha para melhorar o controle neuromuscular. Aliás, uma
boa pedida seria antes mesmo das atividades com carga utilizar algumas
irradiações de PNF para “acordar a musculatura”.
Monitore
o retorno das atividades de caminhada e de dirigir carros. Não se
esqueça dos alongamentos e atividades de propriocepção. Cuidado para não
ultrapassar o limiar de dor, pois isto pode atrasar o processo de
recuperação.
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